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Expressionismo abstrato, a vez da arte norte-americana

O expressionismo abstrato foi um movimento artístico que teve sua origem nos Estados Unidos em meados do século XX. Foi o primeiro movimento norte-americano que teve influencia mundial, deslocando o eixo do centro do mundo artístico de Paris para Nova York. E mesmo surgido nos Estados Unidos, o movimento também bebeu da fonte europeia e combinou a intensidade emocional do expressionismo alemão com a estética abstrata presente no Futurismo, na escola Bauhaus de arte vanguardista e no Cubismo Sintético.


Naquele momento, foi incorporada uma palheta agressiva, que conjugava traços geométricos e aleatórios da "pintura automática", dando um empaste pesado e grosseiro de pigmentos sobrepostos, que incluíam areia, vidro moído, cinza vulcânica e a técnica do dripping. Essa técnica de pintura consiste em largar a tinta sobre a tela de maneira aleatória em movimentos denominados action painting.


Com isso, o cavalete foi aposentado e se elegeu como suporte a parede ou o chão, o que permitia que o artista tivesse uma resistência dura para trabalhar dos quatro lados, passando a estar literalmente dentro da pintura.


E assim como todas as demais correntes artísticas, o expressionismo abstrato reúne um grande conjunto de manifestações, sendo possível identificar duas tendências principais.


1ª Grande Tendência: Action Painting, que tem como símbolos os pintores Jackson Pollock, Willem de Kooning e Franz Kline. Nas suas obras, bastante gestualistas, a tinta era lançada diretamente na tela, através de gestos instintivos, onde o acaso e o aleatório determinavam a evolução da pintura.


Nesta tendência, falemos um pouco mais sobre Jackson Pollock, que foi a cara do impressionismo abstrato mundo afora, alcançando status de celebridade global em uma época que poucos artistas tinham visibilidade e tinham seu trabalho reconhecido em vida.


Em uma determinada ocasião, Pollock foi fotografado trabalhando em seu ateliê pelo fotografo alemão Hans Namuth. As fotografias em preto e branco captaram pela primeira vez o método pictório e a coreografia instintiva do artista e ajudaram a reforçar sua imagem de apaixonado e conectado ao seu trabalho, o que fascinou o mundo. Na imagem ao lado, Pollock em sua Action Painting.


Infelizmente, Pollock possuía um temperamento inconstante, que resultou em alcoolismo e morte prematuramente, aos 44 anos, em um acidente de automóvel provocado por dirigir alcoolizado.



2ª Grande Tendência: Color Field, que tem como representantes máximos os pintores Rothko e Gottlieb, que utilizaram uma abordagem mais meditativa. Estes artistas exploraram preferencialmente as texturas visuais e óticas, com efeitos sensitivos da cor. Seus trabalhos utilizavam poucos elementos, representados com limites indefinidos e relações cromáticas de grande subtileza.


Aqui, exploramos um pouco mais a obra do Mark Rothko, artista que nasceu na Rússia em 1903 e foi naturalizado estadunidense, depois que se mudou com a família para a América. Era introspectivo e intelectual. Amava música, literatura e mitologia grega, além de interessar-se por filosofia. E todas essas áreas influenciaram de algum modo sua arte.


The Mark Rothko room no Tate Modern, London


Rothko acreditava que o entendimento da arte é muito individual e somente pela observação meditativa é possível captar a realidade e a beleza que a definem. Para ele, a pintura não precisa de explicações, pois fala por si. Bastava o silêncio na contemplação da obra. Depois de experimentar muitas linguagens, Rothko adquiriu uma relação madura com as cores, alternando contrastes e sutis variações cromáticas, o que definitivamente, marcou sua obra.

No Brasil, o expressionismo abstrato também influenciou artistas, que não necessariamente seguiram o movimento, mas utilizaram muitos de seus elementos. Entre eles, estão Iberê Camargo, Manabu Mabe, Tomie Ohtake, Flávio Shiró, Antônio Bandeira, Antonio Cabral.


Na imagem, a obra A Grande Cidade Iluminada, de Antônio Bandeira.



#Fica a Dica

O documentário Fake Art, disponível na Netflix, aborda a maior fraude de arte que aconteceu nos EUA, quando telas falsas de artistas como Pollock e Rothko foram vendidas como verdadeiras. O pano de fundo é a arte expressionista abstrata.

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